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ONG Hella oferece apoio a mulheres vítimas de violência


Hella é uma deusa nórdica. Segundo a mitologia local, foi banida por Odin, principal deus entre os deuses, para as profundezas do mundo subterrâneo. Metade de seu corpo era belo, e a outra parte terrível, em decomposição. Hella não era boa nem má, mas tida como justa. Por essas características, a deusa nomeia a ONG Hella, criada em 2017 com o objetivo de oferecer assistência a mulheres vítimas de violência na região.  

A história, segundo Thais Périco, diretora jurídica e administrativa da entidade, faz uma analogia com as mulheres assistidas no local. “Nós tentamos transmutar a mulher que viveu uma situação de violência e precisa ressignificar sua existência no mundo, romper o ciclo da violência e recuperar as rédeas do próprio caminho”, explica.  

A equipe da ONG é composta somente por mulheres, que trabalham para informar, orientar e acolher outras mulheres que estejam vivendo ou tenham passado por situações de violência. “Tentamos fazê-las entender que a situação atual é apenas uma parte da vida delas, e não o que elas são por completo. Elas precisam saber que não estão sozinhas”, explica Júlia Marques, diretora biopsicossocial e de educação da Hella 

O atendimento acontece principalmente nos eventos e rodas de conversa realizados pelo time da ONG, que conta com advogadas voluntárias prontas para atender e orientar as mulheres que vão até elas. “Tentamos fazer encontros mensais. Já realizamos eventos grandes, pequenos, mas todos são igualmente positivos, sempre buscando levar informação aos participantes”, explica Thais. Durante as rodas de conversa, as mulheres também são encaminhadas para serviços de atendimento existentes na cidade. 

Júlia explica que o fortalecimento e a união são de extrema importância para as mulheres atendidas, e que é urgente desconstruir conceitos ligados à cultura patriarcal. “Acredito que estamos vivendo um momento de união feminina, em que a mulher passa a entender conceitos de igualdade e a não aceitar certos comportamentos. Ter uma associação que mostra que não estamos sozinhas e que a luta é complexa, mas não impossível, é imprescindível”.  


Além disso, a educação também é um dos focos de trabalho da organização. As integrantes da diretoria participam com frequência de palestras em escolas, faculdades e cursos para conscientizar a população a respeito dos direitos das mulheres.

Texto: Paola Bossan Bianchini
Foto: Divulgação 

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