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Música pop embala movimentos que pregam amor-próprio, auto-aceitação e superação


Os gritos de guerra dos movimentos feministas, dos direitos LGBTs, e do empoderamento estão invadindo as séries, novelas, filmes, música, quadrinhos e literatura. No mundo da música pop não é diferente.

Com esses temas cada vez mais em alta, cantoras apostam em músicas que focam principalmente a autoaceitação, o amor-próprio e as lições de superação. A americana Ariana Grande, apontada hoje como a nova princesa do pop, é só um exemplo. No seu mais novo hit “Thank u, next” ela aborda seus relacionamentos anteriores e como eles fizeram amar uma única pessoa: ela mesma.

Em “Party For One”, Carly Rae Jepsen, do hit “Call Me Maybe’', um dos maiores dessa década, encara um ar mais intimista e mais de acordo com os seus fãs, a maioria LGBT. Na música, a orientação é fazer uma festa com você mesmo sem precisar de nenhuma companhia.

Completando o trio, Avril Lavigne, nome forte entre os jovens, canta em “Head Above Water” sua luta contra a doença de Lyme, uma infeção bacteriana transmitida por carrapatos. Na letra, ela pede para que Deus mantenha sua cabeça fora da água para que não se afogue. Para ela e para seus fãs, uma bela canção sobre superação e luta.

Participante ativa de fóruns musicais da internet, a adminstradora Sara Rios, de 28 anos.,  fã de cantoras como Jojo e a própria Ariana Grande, ressalta a importância das letras, que considera “poderosas”.

“Música atinge todo tipo de gente. Às vezes, ela pode ser um trampolim para a pessoa que está passando por algum problema procurar ajuda, ou começar a se amar mais. Ver que um artista que ela admira também passa pela mesma situação é importante, pois muitos não expõem suas dores e a música é um suporte”, diz.

A tendência, porém, não é recente. Desde o começo dos anos 2000, quando pouco se falava sobre esses temas e a militância era vista como “exagerada”, já havia quem cantasse tentando fazer o bem para alguém. É o caso de Christina Aguilera, com “Beautiful”, de 2002. A música virou um clássico e até hoje é referência. Na letra, Aguilera ressalta que não importa o que dizem, você é bonito de qualquer jeito.

Um pouco depois, em 2011, Lady Gaga lançou “Born This Way” (foto). Em tradução literal, “Eu Nasci Assim”. A música alcançou o #1 nas paradas e virou um dos maiores hinos para a comunidade LGBT por exemplo.

“É uma coisa que vem de anos. Porém, com os movimentos feministas e LGBTs se reforçando nessa década, veio uma onda nesse sentido. É positivo. Mensagens de amor próprio e aceitação sempre são interessantes”, finaliza o jornalista Daniel Lopes, especializado em entretenimento e fã de música pop. 

Texto: Wilker Damasceno
Foto: Reprodução/Internet

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