O
funk, nativo das periferias e muito difundido em todo o país, não está mais
restrito apenas aos morros e vielas. Com o sucesso de alguns artistas do
gênero, o funk nacional já ganhou o mundo, e, agora, ganhou uma versão no mundo
dos quadrinhos.
Pelas
mãos do germano-brasileiro Gabriel Jardim, Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão
viraram Monicat, Dj Cebola, Maga li e MC Cascão. As inspirações do artista de
24 anos, formado em Comunicação em Mídias Digitais pela Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), vieram dos tradicionais personagens do funk, Anitta, MC
Pocahontas, DJ Kalfani e, por fim, MC Guimé.
Jardim
se interessa pelos universos dos quadrinhos desde muito jovem, inicialmente na
leitura e, depois, transformando suas ideias em produções. “Sempre li
quadrinhos, a própria Turma da Mônica, inclusive. O interesse ficou mais sério
quando conheci o desenhista Mike Deodato, que também é da Paraíba e desenha
para a Marvel há mais de 20 anos. Ele me incentivou muito a seguir esse caminho”.
Inspirado
por quadrinistas como Adam Hughes, Tite Kubo, Shiko e Akira Toriyama, Jardim
teve a inspiração de recriar a Turma da Mônica por conta de outros três
artistas nacionais. Seu xará, Gabriel Picolo, criou uma série de desenhos dos
Jovens Titãs de maneira casual, retratando os personagens em situações
cotidianas. Outro projeto que o incentivou a recriar a história brasileira foi o
desenhado por Gil Santos e Wagner Loud, que retrata rappers como super-heróis.
“Com
a inspiração de dois projetos nacionais, surgiu a ideia de pegar dois dos
maiores ícones do Brasil, que é Mauricio de Sousa nos quadrinhos e a cultura de
funk e favela, que abrange o país inteiro, e recriar a Turma da Mônica numa
versão mais próxima da realidade brasileira”.
Para
Jardim, trabalhos como os de Picolo, Santos, Loud e o dele próprio são muito
importantes para as pessoas se sentirem representadas. “Acho extremamente significativo
pro pessoal se reconhecer e sentir que fazem parte do país e do mundo. Infelizmente,
ainda falta muito por parte da mídia representar essa galera como tem que ser
feito. Com esse trabalho, eu tentei dar a minha contribuição para isso”,
finaliza.
Por
fim, o artista ainda pensa desenhar outros personagens. Chico Bento, por
exemplo, pode se transformar em um cantor de sertanejo universitário e, ainda,
relacionar o Do Contra com a cena underground. Além disso, ele destaca que
criará histórias que mostrem os personagens reunidos, vivenciando momentos de
autoestima e companheirismo.
Texto: Gabriel Pupo
Foto: Reprodução
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