Em tempos de amores não correspondidos, a internet tem sido o melhor cupido |
Encontrar a alma gêmea ou alguém só para dar uns ‘pegas’, nunca foi tão fácil. Isso graças à internet e à infinidade de aplicativos - os populares apps - e sites de relacionamentos.
Atualmente
solteira, Mayara já chegou a se relacionar pelo Tinder, apesar de não
considerar como objetivo principal ter um companheiro. “A princípio, comecei a
usar esses sites e apps para passar o tempo, porque você acaba vendo o perfil
das pessoas, e muitas vezes a descrição é engraçada, quando não, bizarra.
Depois passei a ter o objetivo de conhecer e tentar encontrar alguém”, afirma.
A futura
contabilista chegou a usar os sites POF e Badoo e os apps Tinder e Happn, e em
cada um teve uma experiência diferente. Segundo ela, o POF foi o pior de todos:
“Fui muito desrespeitada pelos homens. Isso porque, diferentemente dos outros,
o site não filtra os usuários ou ações, todos podem mandar mensagens para quem
quiser”.
Com o Badoo,
a experiência foi um pouco melhor. De acordo com a estudante, o site deixa
qualquer um perdido. “Aparece tanta gente que está a fim de você, que fica
difícil usar o site. Além disso, não dá para encontrar ninguém que se encaixe
no perfil que você procura”, aponta Mayara.
Já com o
Tinder, a experiência foi bem diferente. O app tem mais recursos e só permite
interação entre usuários com interesses mútuos.
O app Happn
foi o que a estudante considerou melhor. Segundo ela, o aplicativo é uma versão
melhorada do Tinder, pois além de todas as funcionalidades, também mostra se
naquele dia, você chegou a passar perto da pessoa que está interessada.
A estilista
Marina Colossi tem uma coisa em comum com Mayara. Também teve sorte no amor
através do Tinder, só que Marina teve um pouco mais, pois seu relacionamento
sério atual já tem a nove meses de duração, apesar de não ter entrado no
aplicativo com esse intuito.
Com apenas um mês de papo, Marina e seu pretendente Ricardo já estavam juntos. Segundo a estilista, conhecer alguém pela internet é muito mais prático do que pessoalmente. “Na internet em apenas um clique você pode encontrar o amor da sua vida, não precisa se arrumar toda e sair por aí em festas, bares ou baladas”, observa.
Do aplicativo para o site
Não são todas as pessoas que usam
o Tinder para se relacionar na internet, e a jornalista Meilin Neves é uma
delas. Ela conheceu seu atual marido, Anderson Luiz Afonso, através do Badoo e
os dois estão juntos há um ano e sete
meses.
Com tanta variedade de pessoas solteiras e com perfil disponível online, Meilin usou o sexto sentido das mulheres para encontrar o cara certo. Isso porque seu atual marido foi o primeiro e único que ela conheceu virtualmente e sentiu desejo de conhecer pessoalmente.
Mesmo encontrando seu marido através do meio virtual, a jornalista não dispensa o contato pessoal. “Gosto muito de olhar no olho da pessoa. Para mim, nada como uma boa conversa frente a frente. Esse contato direto me passa muito mais confiança”, diz.
Com tanta variedade de pessoas solteiras e com perfil disponível online, Meilin usou o sexto sentido das mulheres para encontrar o cara certo. Isso porque seu atual marido foi o primeiro e único que ela conheceu virtualmente e sentiu desejo de conhecer pessoalmente.
Mesmo encontrando seu marido através do meio virtual, a jornalista não dispensa o contato pessoal. “Gosto muito de olhar no olho da pessoa. Para mim, nada como uma boa conversa frente a frente. Esse contato direto me passa muito mais confiança”, diz.
Ainda que a
internet proporcione finais felizes para tantas pessoas, a psicóloga Luci Mara
Lundin lembra que o relacionamento virtual pode trazer perigos.
Segundo ela,
o meio digital pode ser o lugar certo para decepção. “Não podemos esquecer que
na internet tem de tudo, como tem na vida. Tem gente que se encontra, se casa,
dá certo e é feliz pra sempre. Tem safadeza, tem todas as coisas. Não está no
computador, está na pessoa”, revela.
Com tanta
decepção, alguns não sabem lidar com isso. A psicanalista Thalita Lacerda
Nobre, que já atendeu pacientes que se encaixam nesse perfil, lembra que elas
tendem a se esquecer da realidade: “Aqueles que se deram muito mal, em geral
fantasiam demais e ignoram a própria intuição. Além disso, não ouvem os amigos
e acabam perdidos”.
De acordo com
Thalita, o isolamento não é considerado um risco em todos os casos. Segundo
ela, há algumas pessoas que são introvertidas e gostam de ficar sozinhas e são
tachadas como isoladas. O perigo se esconde atrás do sofrimento.
Vilã ou não, a internet facilita e
prejudica nossas vidas em diversos sentidos e assim como os remédios e quase
tudo deve ser utilizada com moderação.
Depois daquele
Match...
“No mesmo dia que demos match - palavra inglesa que
significa corresponder - no Tinder, ficamos conversando durante horas. Depois
liguei para ele e dei risada a noite toda!”.
Apenas um match que Marina Colossi
precisou para dar início a uma história de amor com o seu namorado, Ricardo.
Rapidamente, Ricardo conquistou a
admiração de Marina. Entre longas conversas e risadas, o histórico de vida de
ambos era parecido, o que lhes rendeu mais um like para o amor: “Ficamos em
relacionamentos por muitos anos, já fomos casados e nos divorciamos. Encontrar
alguém com isso em comum é muito bom, pois a pessoa já entende o que você já
passou”, relata Marina.
Do aplicativo para a vida real, o primeiro
encontro deles foi em um jantar romântico na casa de Ricardo. “No primeiro
momento eu não pretendia sair, ele era mais um amigo, não um paquera”, contou
ela.
O encontro ao vivo entre os dois
aconteceu casualmente, segundo Marina. “Naquele dia tinha um encontro marcado
com outro menino, e horas antes ele me
mandou uma foto bizarra, estilo nudes. Achei estranho e não quis mais
encontrá-lo e acabei comentando com o Ricardo sobre o ocorrido. Ele deu risada,
papo vai papo vem, ele indagou: “Você não quer vir aqui em casa tomar um vinho,
conversar? Melhor do que sair com aquele louco!”. Eles estão namorando há nove meses. Os
familiares ficaram felizes com o início do namoro e apoiaram o casal.
Os relacionamentos que começam
virtualmente são cada vez mais comuns. Só nos Estados Unidos, um terço dos
casais que oficializaram a união depois de 2005 se conheceram na internet, de
acordo com pesquisa elaborada pelo departamento de Psicologia da Universidade
Chicago. E os brasileiros estão seguindo os mesmos passos dos norte-americanos.
É o caso de Meilin Neves e Anderson Luiz
Fonseca, que se conheceram no Badoo.
Após uma semana de conversa, acabaram se encontrando por acaso. “Nosso
primeiro encontro foi em um restaurante japonês. O engraçado é que uma semana
antes estávamos lá e ainda não nos conhecíamos”, contou Meilin.
O romance engatou 15 dias após esse encontro
inesperado. O casal está junto há um ano e sete meses e parece que vem casório
por aí: “Nós moramos juntos e queremos oficializar a união, mas ainda não temos
uma previsão”, revelou ela.
A música “Sonho
bom”, do cantor Belo, é uma das surpresas marcantes que o amado fez para
Meilin. Quando ela viajou pela primeira vez sem ele, Anderson fez um vídeo, com
a música que embala o amor do casal: “Se for um sonho lindo não quero acordar;
Prefiro acreditar que você tá aqui; Me enchendo de beijos só pra me acordar. Me
fazendo sorrir, se for um sonho bom, você é um anjo meu, a fonte, um milagre
pra quem é ateu. Até o fim do universo é menor(...)”.
Tinder,
Happn ou Badoo? Saiba qual app é o mais eficiente
Em um mundo cada vez mais conectado, é natural o
crescimento recente do uso de aplicativos para relacionamentos. Quase todo
mundo com um smartphone já deve ter ouvido falar no Tinder, um dos precursores
no estilo e que faz muito sucesso. A partir de dados do facebook, o aplicativo
os utiliza para mostrar os contatos e interesses em comum entre duas pessoas,
permitindo que se crie vínculo amoroso ou até mesmo amizade.
O sucesso do aplicativo foi tanto, que neste ano foi
lançada uma versão paga, com benefícios de curtidas ilimitadas e possibilidade
de rever perfis. Mas apesar de o Tinder ter “revolucionado” a paquera virtual,
outras ferramentas também faziam isso há algum tempo. Como o Badoo, que em 2013
chegou a ser a terceira rede social mais acessada no Brasil. O site se assimila
com diversas outras redes sociais de encontro, como o Par Perfeito.
Outro aplicativo muito baixado por usuários que procuram
um encontro é o Happn. Apesar de levar a mesma proposta de conhecer pessoas
novas, o aplicativo tem um grande diferencial em relação ao Tinder e Badoo: seu
mecanismo de busca baseia-se na localização do usuário, e não em amigos ou
interesses em comum. Desta forma, utilizando o serviço de localização do
smartphone, o aplicativo mapeia as regiões por onde o usuário passa, mostrando
uma lista de pessoas com quem ele cruzou nestes lugares. Cada vez que se abre o
aplicativo, uma lista de pessoas que cruzaram o caminho é atualizada. A partir
daí se dois usuários se curtirem, um chat é aberto para que possam conversar
entre si e ainda podem enviar “charmes” para seus “flertes”.
Internet com o passar dos anos
A forma de conhecer pessoas começou a mudar nos anos 90,
quando ainda nem existiam as famosas redes sociais. Veja abaixo a evolução dos
encontros virtuais:
1993 – Nasce a primeira sala de bate-papo chamada Internet Relay Chat (IRC),
expandiu em
1995 – e tornou popular no final dos anos 90.
1995 – Foi criada a primeira rede social ClassMates, onde as pessoas se encontravam, mandavam recados, mensagens, compartilhavam fotos e se conheciam nas comunidades. Diversos casais foram formados através desse site.
1996 – As famosas salas de bate-papo UOL, Terra,
Humortadela, entre outras tomaram conta dos computadores do mundo todo. Lá você
escolhia a sala de acordo com o seu interesse e podia conversar com as pessoas
no modo público e no modo privado.
1996 – ICQ foi o pioneiro entre os programas de mensagem
instantânea. Sua sigla em inglês significa "Eu procuro você". Atualmente tem 11 milhões de
usuários.
1997 – AOL Instant Messenger ou AI, foi um dos primeiros softwares de mensagem instantânea.
2000 – MSN chegou ao Brasil em 2000, mas foi em 2001 que uma
campanha forte de marketing promoveu o programa, que era um clone do ICQ.
2003 – Skype completa 13 anos em agosto desse ano. Famoso
no mundo dos negócios, esse software
também permitia que outras pessoas se conhecessem melhor. Hoje conta com 320
milhões de usuários.
2004 – Ano em que o Orkut, famosa rede social no Brasil foi
criada.
2005 – Iniciou a febre dos sites de relacionamentos como Par
ideal, Par perfeito, Amor em Cristo. O primeiro contato era ali, mas as
conversas davam continuidade nos programas de mensagens instantâneas.
2006 – Chatline. O que era apenas virtual começou a ser
também através de ligações. As salas de bate-papo via telefone existem até
hoje.
2007 – Facebook começou a ficar conhecido no Brasil, mas foi
em 2008 que as pessoas começaram a migrar do Orkut, que teve fim em 2014. Essa
rede social permanece até hoje entre a maioria das pessoas do mundo.
2010 – Os aplicativos ficaram populares, logo com a
tecnologia touch em celulares, tablets e até notebooks. Junto com essa nova
moda, os apps de relacionamento surgiram e o que era apenas através de
computadores passou a ser móvel.
2014 – Após 10 anos em funcionamento, o Orkut é desativado.
Os aplicativos de relacionamentos são tão conhecidos que
existem diversos e são utilizados até hoje. Tinder, Happen, Badoo, eHarmony,
Stepout, Feeling, Amor por SMS, Date Me, entre outros.
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