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E aí, deu match?

Em tempos de amores não correspondidos, a internet tem sido o melhor cupido
Encontrar a alma gêmea ou alguém só para dar uns ‘pegas’, nunca foi tão fácil. Isso graças à internet e à infinidade de aplicativos - os populares apps - e sites de relacionamentos.

De acordo com uma enquete realizada pela revista Viral com 142 pessoas de Guarujá, Santos e outras cidades da região, os sites Par Perfeito, Badoo, POF e os apps Tinder e Happn são os mais utilizados na hora de tentar conhecer alguém. A estudante do último ano de Ciências Contábeis, Mayara Santana, conhece quase todos.

Atualmente solteira, Mayara já chegou a se relacionar pelo Tinder, apesar de não considerar como objetivo principal ter um companheiro. “A princípio, comecei a usar esses sites e apps para passar o tempo, porque você acaba vendo o perfil das pessoas, e muitas vezes a descrição é engraçada, quando não, bizarra. Depois passei a ter o objetivo de conhecer e tentar encontrar alguém”, afirma.

A futura contabilista chegou a usar os sites POF e Badoo e os apps Tinder e Happn, e em cada um teve uma experiência diferente. Segundo ela, o POF foi o pior de todos: “Fui muito desrespeitada pelos homens. Isso porque, diferentemente dos outros, o site não filtra os usuários ou ações, todos podem mandar mensagens para quem quiser”.

Com o Badoo, a experiência foi um pouco melhor. De acordo com a estudante, o site deixa qualquer um perdido. “Aparece tanta gente que está a fim de você, que fica difícil usar o site. Além disso, não dá para encontrar ninguém que se encaixe no perfil que você procura”, aponta Mayara.

Já com o Tinder, a experiência foi bem diferente. O app tem mais recursos e só permite interação entre usuários com interesses mútuos.

O app Happn foi o que a estudante considerou melhor. Segundo ela, o aplicativo é uma versão melhorada do Tinder, pois além de todas as funcionalidades, também mostra se naquele dia, você chegou a passar perto da pessoa que está interessada.

A estilista Marina Colossi tem uma coisa em comum com Mayara. Também teve sorte no amor através do Tinder, só que Marina teve um pouco mais, pois seu relacionamento sério atual já tem a nove meses de duração, apesar de não ter entrado no aplicativo com esse intuito.

Com apenas um mês de papo, Marina e seu pretendente Ricardo já estavam juntos. Segundo a estilista, conhecer alguém pela internet é muito mais prático do que pessoalmente. “Na internet em apenas um clique você pode encontrar o amor da sua vida, não precisa se arrumar toda e sair por aí em festas, bares ou baladas”, observa.
Apesar de relacionamentos pela internet ainda não serem tão bem vistos, a estilista afirma nunca ter sofrido preconceito porque, segundo ela, a internet faz parte de nossas vidas quase 24 horas por dia. Ou seja, cada vez mais esses relacionamentos são encarados com naturalidade.

Do aplicativo para o site
Não são todas as pessoas que usam o Tinder para se relacionar na internet, e a jornalista Meilin Neves é uma delas. Ela conheceu seu atual marido, Anderson Luiz Afonso, através do Badoo e os dois estão  juntos há um ano e sete meses.

Com tanta variedade de pessoas solteiras e com perfil disponível online, Meilin usou o sexto sentido das mulheres para encontrar o cara certo. Isso porque seu atual marido foi o primeiro e único que ela conheceu virtualmente e sentiu desejo de conhecer pessoalmente.

Mesmo encontrando seu marido através do meio virtual, a jornalista não dispensa o contato pessoal. “Gosto muito de olhar no olho da pessoa. Para mim, nada como uma boa conversa frente a frente. Esse contato direto me passa muito mais confiança”, diz.

Ainda que a internet proporcione finais felizes para tantas pessoas, a psicóloga Luci Mara Lundin lembra que o relacionamento virtual pode trazer perigos.

Segundo ela, o meio digital pode ser o lugar certo para decepção. “Não podemos esquecer que na internet tem de tudo, como tem na vida. Tem gente que se encontra, se casa, dá certo e é feliz pra sempre. Tem safadeza, tem todas as coisas. Não está no computador, está na pessoa”, revela.

Com tanta decepção, alguns não sabem lidar com isso. A psicanalista Thalita Lacerda Nobre, que já atendeu pacientes que se encaixam nesse perfil, lembra que elas tendem a se esquecer da realidade: “Aqueles que se deram muito mal, em geral fantasiam demais e ignoram a própria intuição. Além disso, não ouvem os amigos e acabam perdidos”.

De acordo com Thalita, o isolamento não é considerado um risco em todos os casos. Segundo ela, há algumas pessoas que são introvertidas e gostam de ficar sozinhas e são tachadas como isoladas. O perigo se esconde atrás do sofrimento.

Vilã ou não, a internet facilita e prejudica nossas vidas em diversos sentidos e assim como os remédios e quase tudo deve ser utilizada com moderação.

Depois daquele Match...

“No mesmo dia que demos match - palavra inglesa que significa corresponder - no Tinder, ficamos conversando durante horas. Depois liguei para ele e dei risada a noite toda!”. 

Apenas um match que Marina Colossi precisou para dar início a uma história de amor com o seu namorado, Ricardo.

Rapidamente, Ricardo conquistou a admiração de Marina. Entre longas conversas e risadas, o histórico de vida de ambos era parecido, o que lhes rendeu mais um like para o amor: “Ficamos em relacionamentos por muitos anos, já fomos casados e nos divorciamos. Encontrar alguém com isso em comum é muito bom, pois a pessoa já entende o que você já passou”, relata Marina.

 Do aplicativo para a vida real, o primeiro encontro deles foi em um jantar romântico na casa de Ricardo. “No primeiro momento eu não pretendia sair, ele era mais um amigo, não um paquera”, contou ela.

O encontro ao vivo entre os dois aconteceu casualmente, segundo Marina. “Naquele dia tinha um encontro marcado com outro menino, e horas antes ele  me mandou uma foto bizarra, estilo nudes. Achei estranho e não quis mais encontrá-lo e acabei comentando com o Ricardo sobre o ocorrido. Ele deu risada, papo vai papo vem, ele indagou: “Você não quer vir aqui em casa tomar um vinho, conversar? Melhor do que sair com aquele louco!”.  Eles estão namorando há nove meses. Os familiares ficaram felizes com o início do namoro e apoiaram o casal.

Os relacionamentos que começam virtualmente são cada vez mais comuns. Só nos Estados Unidos, um terço dos casais que oficializaram a união depois de 2005 se conheceram na internet, de acordo com pesquisa elaborada pelo departamento de Psicologia da Universidade Chicago. E os brasileiros estão seguindo os mesmos passos dos norte-americanos.

 É o caso de Meilin Neves e Anderson Luiz Fonseca, que se conheceram no Badoo.  Após uma semana de conversa, acabaram se encontrando por acaso. “Nosso primeiro encontro foi em um restaurante japonês. O engraçado é que uma semana antes estávamos lá e ainda não nos conhecíamos”, contou Meilin.


 O romance engatou 15 dias após esse encontro inesperado. O casal está junto há um ano e sete meses e parece que vem casório por aí: “Nós moramos juntos e queremos oficializar a união, mas ainda não temos uma previsão”, revelou ela.

 A música “Sonho bom”, do cantor Belo, é uma das surpresas marcantes que o amado fez para Meilin. Quando ela viajou pela primeira vez sem ele, Anderson fez um vídeo, com a música que embala o amor do casal: “Se for um sonho lindo não quero acordar; Prefiro acreditar que você tá aqui; Me enchendo de beijos só pra me acordar. Me fazendo sorrir, se for um sonho bom, você é um anjo meu, a fonte, um milagre pra quem é ateu. Até o fim do universo é menor(...)”.  

Tinder, Happn ou Badoo? Saiba qual app é o mais eficiente

Em um mundo cada vez mais conectado, é natural o crescimento recente do uso de aplicativos para relacionamentos. Quase todo mundo com um smartphone já deve ter ouvido falar no Tinder, um dos precursores no estilo e que faz muito sucesso. A partir de dados do facebook, o aplicativo os utiliza para mostrar os contatos e interesses em comum entre duas pessoas, permitindo que se crie vínculo amoroso ou até mesmo amizade.

O sucesso do aplicativo foi tanto, que neste ano foi lançada uma versão paga, com benefícios de curtidas ilimitadas e possibilidade de rever perfis. Mas apesar de o Tinder ter “revolucionado” a paquera virtual, outras ferramentas também faziam isso há algum tempo. Como o Badoo, que em 2013 chegou a ser a terceira rede social mais acessada no Brasil. O site se assimila com diversas outras redes sociais de encontro, como o Par Perfeito.

Outro aplicativo muito baixado por usuários que procuram um encontro é o Happn. Apesar de levar a mesma proposta de conhecer pessoas novas, o aplicativo tem um grande diferencial em relação ao Tinder e Badoo: seu mecanismo de busca baseia-se na localização do usuário, e não em amigos ou interesses em comum. Desta forma, utilizando o serviço de localização do smartphone, o aplicativo mapeia as regiões por onde o usuário passa, mostrando uma lista de pessoas com quem ele cruzou nestes lugares. Cada vez que se abre o aplicativo, uma lista de pessoas que cruzaram o caminho é atualizada. A partir daí se dois usuários se curtirem, um chat é aberto para que possam conversar entre si e ainda podem enviar “charmes” para seus “flertes”.

                  Internet com o passar dos anos

A forma de conhecer pessoas começou a mudar nos anos 90, quando ainda nem existiam as famosas redes sociais. Veja abaixo a evolução dos encontros virtuais:

1993 – Nasce a primeira sala de bate-papo chamada Internet Relay Chat (IRC), expandiu em 
1995 – e tornou popular no final dos anos 90.

1995 – Foi criada a primeira rede social ClassMates, onde as pessoas se encontravam, mandavam recados, mensagens, compartilhavam fotos e se conheciam nas comunidades. Diversos casais foram formados através desse site.

1996 – As famosas salas de bate-papo UOL, Terra, Humortadela, entre outras tomaram conta dos computadores do mundo todo. Lá você escolhia a sala de acordo com o seu interesse e podia conversar com as pessoas no modo público e no modo privado.

1996 – ICQ foi o pioneiro entre os programas de mensagem instantânea. Sua sigla em inglês significa "Eu procuro você". Atualmente tem 11 milhões de usuários.

1997AOL Instant Messenger ou AI, foi um dos primeiros softwares de mensagem instantânea.

2000 – MSN chegou ao Brasil em 2000, mas foi em 2001 que uma campanha forte de marketing promoveu o programa, que era um clone do ICQ.

2003 – Skype completa 13 anos em agosto desse ano. Famoso no mundo dos negócios, esse software também permitia que outras pessoas se conhecessem melhor. Hoje conta com 320 milhões de usuários.

2004 – Ano em que o Orkut, famosa rede social no Brasil foi criada. 

2005 – Iniciou a febre dos sites de relacionamentos como Par ideal, Par perfeito, Amor em Cristo. O primeiro contato era ali, mas as conversas davam continuidade nos programas de mensagens instantâneas.

2006 – Chatline. O que era apenas virtual começou a ser também através de ligações. As salas de bate-papo via telefone existem até hoje.

2007 – Facebook começou a ficar conhecido no Brasil, mas foi em 2008 que as pessoas começaram a migrar do Orkut, que teve fim em 2014. Essa rede social permanece até hoje entre a maioria das pessoas do mundo.

2010 – Os aplicativos ficaram populares, logo com a tecnologia touch em celulares, tablets e até notebooks. Junto com essa nova moda, os apps de relacionamento surgiram e o que era apenas através de computadores passou a ser móvel.

2014 – Após 10 anos em funcionamento, o Orkut é desativado.

Os aplicativos de relacionamentos são tão conhecidos que existem diversos e são utilizados até hoje. Tinder, Happen, Badoo, eHarmony, Stepout, Feeling, Amor por SMS, Date Me, entre outros.

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