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Dia Internacional de Luta Contra a AIDS

Entrevista com médico infectologista para promover a conscientização

Dia 1º de dezembro é uma data que, a cada ano, serve para desenvolver e reforçar o esforço mundial da luta contra a AIDS. Na década de 1980, o diagnóstico positivo de HIV era motivo de pânico e uma garantia de morte rápida. Além disso, o preconceito e a discriminação contra os soropositivos eram muito maiores que atualmente. Várias pessoas com o vírus viram suas famílias serem desfeitas, seus empregos ameaçados e seus amigos simplesmente sumirem.

Diante da falta de informação sobre a doença e do preconceito amedrontador que a rodeava, surgiu o “Dia Mundial de Luta Contra a AIDS”. A data, comemorada no dia 1º de dezembro, foi estabelecida em 1987 pela Assembleia Mundial de Saúde, juntamente à Organização das Nações Unidas (ONU), como uma forma de conscientizar a população sobre a doença.

Apesar de hoje a grande maioria da população conhecer as formas de transmissão e entender que não existem grupos de risco, muito preconceito envolve os portadores de HIV. Sendo assim, a data funciona até hoje como uma forma de diminuir a discriminação e de quebrar muitas concepções erradas sobre a AIDS.

O médico infectologista do Hospital e Maternidade São Luiz, Carlos Kiffer, explica que ter o HIV não significa estar doente. Uma pessoa pode ser portadora do vírus e não estar com AIDS. Pode até mesmo nunca adoecer em função desta infecção. Mas, quando a infecção acarreta um desgaste do sistema imune, usualmente a pessoa infectada pelo HIV desenvolve AIDS.

Uma pessoa que acaba de se infectar pelo HIV geralmente não tem sintoma nenhum. Algumas pessoas recém-infectadas podem desenvolver febre, gânglios pelo corpo e mal-estar geral, como se estivessem com uma virose. Mas isso não é comum.

Apesar da cura da AIDS não ter sido encontrada, o tratamento é feito com a Terapia Antirretroviral, ou seja, o paciente necessita tomar um coquetel de medicamentos diariamente por toda a vida, no intuito de fortalecer o sistema imunológico e combater o vírus. Todo o tratamento é fornecido gratuitamente pelo SUS.

Para Kiffer, as campanhas de conscientização são uma peça importante na prevenção do HIV, por aumentarem o conhecimento sobre o assunto e ajudarem a abrir e manter aberto um debate que deve ser de todos. Mas claro, não podemos depositar as esperanças de qualquer tipo de prevenção apenas em campanhas. “Elas são uma peça de todo um complexo sistema de ações e medidas que são responsabilidade de todos. Os hábitos, sejam eles quais forem, inclusive os sexuais, só são modificados quando o indivíduo assume para si a responsabilidade sobre uma condição”, aconselha.

Texto: Lucas Campos
Foto: Divulgação 

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