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Acervo Zoológico da Unisanta é destaque no Brasil

Coleção mantida na Universidade desde 1998 chama atenção por contar com mais de 20 mil espécies 


Um dos principais acervos particulares de espécies marinhas do Brasil é mantido pelo Laboratório de Pesquisas Biológicas do Acervo Zoológico da Unisanta. São mais de 20 mil espécies, a maioria de água salgada, que são objeto de estudo de pesquisas científicas sobre a diversidade ecológica marinha e estuarina. O acervo integra, também, o Banco de Dados Interinstitucionais de Biodiversidade de Peixes da Região Neotropical (Neodat III), e conta com algumas espécies únicas na Baixada Santista, como por exemplo o crânio de Baleia de Bryde. O crânio, que mede 2,55 metros, foi uma doação de pescadores de Itanhaém, em 2012.

Desde 1998, a universidade conta com uma coleção de peixes da Costa da Mata Atlântica, mas somente a partir de 2003 é que os itens e organismos aquáticos foram pensados como sendo parte de um grande acervo. O curador é o biólogo Matheus Rotundo, com a ajuda do técnico de laboratório, Gustavo Stabile e da bióloga Maria Eduarda Laranjeiras, além de vários professores que colaboram. 

Rotundo formou-se no curso de Ciências Biológicas da Unisanta, em 1999, e está desde o início do projeto, quando ainda era uma coleção de espécies. “A coleção existia antes do acervo, porém ficava tudo meio largado, e hoje contamos com 20.880 espécies.” Matheus lembra que nos últimos três anos, com a colaboração CEPNOR Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Norte e do ICM-Bio (Instituto Chico Mendes de Conservação da biodiversidade Marinha do Norte), a coleção aumentou ainda mais, pois foi possível um alcance maior na exploração. “Há coleção de peixe, conchas, crânios de vertebrados, aves, crustáceos e algumas outras”, completou.

As coleções são constituídas graças às coletas feitas pelos pesquisadores e por pescadores, além de doações de instituições parceiras, como as unidades da Unesp de Botucatu e São Vicente, Unifesp, CEPNOR – ICMBio (, Universidade Federal do Pará, entre outras. Por meio do Projeto Pró-pesca, os parceiros desenvolvem estudos moleculares ou grandes levantamentos da fauna associada à pesca. As amostras são organizadas por segmentos, tecidos, por exemplo, são retirados e vão para frascos, mergulhados em material conservante.

Segundo Rotundo, antes era muito difícil determinar algumas espécies que chegavam ao laboratório, pela dificuldade de se confirmar os detalhes descritos pelos pescadores ou até pesquisadores de regiões distantes, mas a análise molecular deu início a uma produção melhor. Quando uma nova espécie é identificada, a descrição é feita e parte do material é enviado para outras coleções científicas, de modo que outros pesquisadores conheçam a fauna da nossa região.

O curador do acervo tem um projeto para um museu expositivo focado na educação ambiental, trabalhando e ampliando as pesquisas com alunos interessados na Biologia. “Temos um projeto grande, e a ideia é transformar uma parcela daquilo que é científico em um acervo de museu. Podemos alavancar a parte educacional dessa forma”. Atualmente, o local é aberto à visitação pública, das 9h às 12 e das 14h às 18, de segunda a sexta-feira.

Texto e Foto: Daniel Faria 



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