De quatro em quatro anos, milhões de pessoas interrompem suas atividades
para assistir à Copa do Mundo de Futebol. É também nesse período que uma
verdadeira febre volta à tona: os álbuns de figurinhas da Copa.
Criado em 1970 pela editora italiana Panini, o primeiro álbum
colecionável do Mundial passou a ter edições a cada quatro anos e chega em 2018
à sua 13ª edição. A editora possui autorização da
Fifa. Em São Paulo são impressas as figurinhas que seguem para aAmérica Latina
e na Itália as figurinhas que vão para os outros países.
Todos os craques escalados para a Copa do Mundo
desde então, tiveram suas fotos estampadas nas coleções Panini. Ainda têm valor
entre colecionadores as fotos de ídolos como Pelé, Tostão, Carlos Alberto
Torres, Rivellino, Ademir da Guia, Zico, Falcão, Sócrates, Taffarel, Romário,
Bebeto, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Fenômeno. Pelo lado dos craques
internacionais, estão nomes como Paolo Rossi, Dino Zoff, Franz Beckenbauer,
Diego Maradona, Gianluigi Buffon, Zinedine Zidane, entre outros.
A Copa da Rússia conta com um trio de respeito e
muito valor nas figurinhas do álbum: Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Neymar, considerado
por muitos os três melhores jogadores do mundo.
Para o administrador Bruno Gonçalves dos Santos, 28, a paixão pela
coleção de figurinhas começou 20 anos atrás. Na Copa de 1998, quando tinha 8
anos de idade, o álbum só começava a ficar cheio por conta da ajuda dos
familiares. “Nessa época era mais a família que me ajudava. Pedir o troco do
pão, encher o saco do pai para trazer pacotinho sempre funcionava”, conta ele.
Os recreios da escola também era uma forma de conseguir mais figurinhas, com o
bom e velho ‘bafo’.
Mesmo com a paixão pelo futebol e, consequentemente, pelas figurinhas,
apenas oito anos depois, na Copa de 2006, finalmente o álbum pôde ser completo.
Uma das dificuldades daquela época, como ele próprio contou, foi encontrar
pessoas para trocar. “Era mais difícil o acesso à informação. A internet era
mais precária, o dinheiro era mais curto e eu ficava meio restrito a trocar na
escola”.
A febre mundial pode parecer um pouco “salgada” para quem vê de fora. O
álbum da Copa 2018, por exemplo, é composto por 682 figurinhas e custa, nas
bancas, R$ 7,90. Cada pacotinho é vendido com cinco cromos e custa R$ 2. Em uma
conta simples, o colecionador gastará R$ 274,80 para comprar 137 pacotinhos
(685 figurinhas). Se for a pessoa mais sortuda do mundo e não tirar um cromo
repetido sequer, desembolsará, somando o preço do álbum, R$ 282,70 para
ostentar sua coleção completa.
Foto: Arquivo pessoal |
O colecionador conta que não faz ideia de quanto já gastou com o passar
dos anos, mas considera que é um dinheiro bem gasto. “Barato não é, mas também
não acho um absurdo o preço pelo fato de ser de quatro em quatro anos. A
qualidade do álbum e das figurinhas melhoraram muito, então acaba valendo a
pena”.
Colecionando álbuns da Copa desde 1998, mas tendo completo os de 2006,
2010, 2014 e agora o de 2018, o administrador teve o “azar” de não ter ainda um
álbum em que a seleção canarinho tenha sido campeã. E, para ele, talvez ainda não
seja esse ano que isso aconteça. “Esse ano Brasil, Espanha e Alemanha são as
três melhores seleções no meu modo de ver, e França e Argentina correm por
fora. Mesmo vendo o Brasil com grandes chances de ganhar, eu sinceramente
acho que o título vai ficar com a Espanha”, finaliza.
Por Gabriel Pupo
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