Os emissários também gerenciam as redes sociais do jogo no Brasil |
Escape From Tarkov é um jogo de tiro em primeira pessoa (estilo de jogo em que a perspectiva é a mesma que a do soldado) que ainda está sendo desenvolvido pelo estúdio russo Battlestate Games. Uma versão alfa (ou seja, em estado inicial) foi disponibilizada no final de 2016 para jogadores que fizeram a compra antecipada. Mas como tornar conhecido ao redor do mundo um jogo ainda em desenvolvimento feito por uma empresa nova no mercado? É aí que entra a figura dos emissários. São pessoas de várias nacionalidades escolhidas pela empresa para divulgar o game em seus respectivos países.
No
Brasil, os responsáveis pela missão são três jogadores: o carioca Daniel
Alvarez, conhecido na comunidade como “Dimittri” e os paulistas Augusto Cesar,
o “R3aper” e Felipe Eduardo, o “FLP”. “A função é como um manager, mas
trabalhamos diretamente com os desenvolvedores. Somos o link dela com a
comunidade”, explica Augusto “R3aper”.
Eles
contam que precisaram participar de uma seletiva na empresa. “Conheci o jogo há
um tempo. Percebi que, por ser empresa independente e ainda por cima russa,
teria certa dificuldade na divulgação, então fiz por conta própria a divulgação
e tradução do material. Eu já tinha certa fama na comunidade quando abriram as
inscrições para emissário. No início, eu era o único emissário, mas outras
pessoas sempre ajudam também”, explica Dimittri. R3aper era uma dessas pessoas.
“Éramos 18 gamers que o ajudavam. Quando abriram novamente as inscrições, eu
entrei”, conta.
Além
disso, é importante conhecer bem o projeto. Segundo os emissários, o processo
conta com um período de avaliação e logo depois deve ser preenchido um
formulário, que é avaliado pelo estúdio. É tudo feito online e em inglês. “É
tudo voluntário. Não somos remunerados. Além disso não tem um tempo determinado
e nós podemos nos desligar se quisermos”, explica R3aper. Eles explicam que a
empresa sempre faz análises de desempenho, além da comunidade sempre testá-los
de alguma forma. Apesar de ser uma “missão”, eles não têm um objetivo exato a
cumprir, como alcançar um número específico de novos jogadores. O diálogo com a
comunidade acontece de diversas formas: existe o fórum do game, o grupo no
Facebook (com cerca de 2.5 mil membros) e o grupo no aplicativo de voz Discord
(comum entre jogadores brasileiros).
Streams também ajudam a divulgar
Os
três emissários dividem seu tempo entre exercer a função, fazer streams e
também trabalhar tradicionalmente. Dimittri é engenheiro e R3aper, gerente de
marketing, ambos tem 32 anos. FLP está terminando a faculdade. “Eu comecei a
streamar este ano. A comunidade pedia para que eu fizesse. É uma forma de
ajudar a divulgar o jogo, também”, conta Dimittri. Já R3aper faz stream desde
novembro do ano passado.
Recentemente,
streamers mais conhecidos, como Alanzoka, Patife e The D4arkness, começaram a
jogar o game, o que causou um aumento significativo no número de jogadores. “A
visibilidade do jogo aumentou bastante, cerca de 30%. Nós tivemos a
oportunidade de jogar com o The D4arkness, mas só depois de conseguir chamar a
atenção com uma doação em dinheiro para ganhar destaque nas mensagens (risos)”,
conta R3aper.
Texto: Diego Kassai
Foto: Divulgação
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