O universo das drag queens
foi durante muito tempo, tabu. O preconceito ainda existe, mas o assunto está
tão em evidência que a política do "atura ou surta" está com os dias
contados.
Muitos entendem que as
drags trazem a alegria para o dia a dia. Quando estão caracterizadas, espalham
seu estilo performático e expressam seu talento artístico, sem se preocupar com
definições de gênero. Drag, inclusive, não tem gênero.
O gatilho que fez disparar
o "boom" da cultura drag atende pelo nome de Pabllo Vittar. Cantora, apresentadora,
ativista e celebridade de primeira hora, ela emplacou dois hits que na boca do
brasileiro e até do público internacional. A canção "K.O" figurou
entre as mais executadas nas rádios e plataformas de streaming (como o Spotify)
em 2017. Em 2018, seu segundo álbum, o “Não para não”, nas primeiras 24 horas
de lançamento bateu o recorde de artista brasileira mais ouvida, pulando direto
para o top 40 da mesma plataforma.
Na Baixada Santista, a
cultura drag também vive seu auge. Prova disso são as baladas e casas de shows
que recebem semanalmente drags como DJs e até apresentações pessoais.
Magenta, que já foi
personagem da edição da Viral , é um exemplo. Ela “nasceu” em setembro do ano passado
e desde então virou figura frequente no meio LGBTQ+ na região.
"Contar para as
pessoas que eu ia fazer drag me lembrou muito a sensação da época quando eu
estava prestes a me assumir homossexual. Estava muito feliz e animado em
mostrar para o mundo a Magenta, mas ao mesmo tempo, morri de medo de como as
pessoas iriam reagir”.
Lorena Lautizen é outra das
profissionais mais importantes e reputadas da região: "A cena drag da Baixada
vem crescendo e eu, graças a Deus, consegui fazer meu nome deslanchar para
outras cidades e estados. Temos aqui uma referência muito importante que é a
Lia Clark (funkeira) que hoje tem uma representatividade imensa na nossa
comunidade e é caiçara", relata.
Lorena aconselha aos que
sonham seguir os passos dela, de Magenta ou e da Pabllo, que sejam quem
realmente são."Nunca desistam. Vão
atrás, façam por onde. Nenhum começo é fácil, mas tudo é questão de
aperfeiçoamento e prática. Se hoje eu sou feliz, é graças à minha drag. Só
tenho a agradecer a ela por ter feito eu me encontrar", finaliza.
Texto: Wilker Damesceno
Foto: Christian Marccelo
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