Vírus da rubéola pode causar cegueira ao bebê
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Alyne Isabelle
Especialista alerta que, durante a gestação, a criança pode ser afetada pelo rubvírus e adquirir catarata congênita, maior causa de cegueira infantil
Doença contagiosa que geralmente aparece na infância, a rubéola pode provocar más-formações no feto quando a mulher adquire o mal durante a gravidez. O surgimento da catarata congênita em bebês é um dos males associados à enfermidade. O oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto afirma que muitas mulheres ainda desconhecem se são imunes ao rubivírus, agente causador da doença que pode ser evitada com a aplicação de uma vacina, que é disponibilizada pela rede pública de saúde.
O médico recomenda que, logo no início da vida sexual, as mulheres façam um teste sorológico para confirmar se ela é ou não soropositiva ao rubivírus. O teste pode ser realizado, inclusive, pelo SUS.
O especialista lembra que a pessoa adquire a imunidade ao receber a segunda dose, sendo que a primeira deve ser aplicada quando a criança completar um ano. Já a segunda e, não menos importante, deverá ser administrada entre os 4 e 6 anos de idade. "O problema é que muitas pessoas deixam de tomar a segunda dose e não ficam imunizadas", disse.
O médico informa que o diagnóstico da catarata congênita é feito por meio de um exame indolor. Conhecido popularmente como teste do olhinho, ainda não obrigatório em todo o país, deve ser realizado logo após o nascimento do bebê.
Um oftalmoscópio, espécie de lanterna com a qual o médico joga luz sobre o olho do bebê, é utilizado para verificar possíveis anormalidades. Caso a luz emita um reflexo vermelho contínuo, significa que o olho é saudável, mas se o reflexo for descontínuo ou não for emitido indica que existe a catarata congênita.
Tratamento
O oftalmologista conta que a cirurgia com implante de uma lente intraocular que substitui o cristalino opaco também é indicada no tratamento da catarata infantil. O especialista orienta que o procedimento só deve ser feito quando o bebê completa três meses, fase que proporciona melhor recuperação da função visual e pode induzir ao glaucoma se for realizado antes.
Neto destaca que o comprometimento dos pais é essencial para que a criança tenha boas condições visuais, pois é necessário estimular o desenvolvimento da visão, fato que deve ter o acompanhamento de um oftalmologista a cada três meses após a cirurgia.
Segundo Neto, o vírus atravessa a placenta e pode provocar alterações nos tecidos do feto em formação. Em decorrência disso, os sistemas mais atingidos são o cardíaco e nervoso, incluindo os olhos. Isso significa, conforme esclarece o médico, que além da catarata congênita, a doença também pode causar no feto surdez, retardamento mental, malformação do globo ocular (microftalmia) e até a interrupção da gestação.
Sem sintomas
Entre os fatores preocupantes ligados à rubéola está a falta de sintomas, que acontece em 80% dos casos. Queiroz afirma que somente 20% das pessoas apresentam sinais do contágio, como o surgimento de pequenas manchas vermelhas na pele, febre, dor nas articulações e aumento dos gânglios.
Neste caso pode ser comum mulheres confundirem algum mal-estar da rubéola com gripe. “Só ficam sabendo que tiveram a doença durante a gestação quando o bebê nasce com catarata”, comenta. O especialista ressalta que, independentemente dos sintomas, a vacina não deve ser tomada durante a gravidez. Isso porque, é produzida com o vírus vivo e pode trazer complicações para a saúde do feto.
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