A notícia de um novo nascimento desperta esperança em todos que farão parte de seu convívio. Os pais sonham e fazem planos antes mesmo de seu nascimento, imaginando como será a vida desse novo ser. Quando os planos não saem como esperamos, um sentimento toma conta: a surpresa.
Receber o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), mais conhecido como autismo, em um filho é como embarcar rumo a um universo desconhecido. O transtorno causa problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e no comportamento social da criança. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70 milhões de pessoas no mundo sofram desse transtorno, que afeta uma em cada 160 crianças.
Quando falamos de autismo no mundo infantil, quanto antes o TEA for diagnosticado é melhor. Com o tratamento adequado, as crianças conseguem ser inseridas facilmente no convívio social. O autismo não atinge apenas a saúde do indivíduo, mas também pessoas do seu convívio. “Desconfiamos que ele era diferente por volta dos dois anos”, desabafa Priscilla Arakaki, mãe de G.M, 11, uma criança muito carinhosa e carismática que, aos três anos, foi diagnosticado com autismo nível baixo.
A mãe comenta que passou pelos três períodos do processo de aceitação: culpa, negação e aceitação. “O processo de aceitação teve o acompanhamento de um psicólogo e terapias em família”, relembra. Para Priscilla, a maior dificuldade enfrentada é o fato dele ter 11 anos e ser um pré-adolescente, mas se comporta como tendo uma idade mental inferior.
“Da minha parte aceitei tranquilamente, pois, de todos os meus filhos o que mais precisaria de mim ia acabar sendo meu companheiro por toda vida”, reconhece Nicholas Yumoto, pai de G.M. Tanto a família, quanto a escola e o ambiente de convívio da criança têm papel fundamental no acompanhamento e tratamento de crianças e adolescentes. G.M estuda em uma escola de ensino especial e, durante a semana, frequenta a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), onde tem atendimento em fonoaudiologia e psicologia. “Apesar das dificuldades, em algum momento ele vai achar seu caminho, pois tudo que ele gosta faz com perfeição até melhor que pessoas normais. Terá uma família e filhos, como ele mesmo fala”, comentam os pais, orgulhosos do filho.
Por Beatriz Hurtado
Por Beatriz Hurtado
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