Existem algumas coisas que a maioria das pessoas não sabe sobre este mundo, como por exemplo: gays não escolhem ser gays. Não é uma opção e sim uma condição. A única alternativa que as pessoas têm é aceitar ou não essa natureza. Estudos biológicos comprovam isso. Ainda assim, a aceitação é um processo bastante complicado, que infelizmente, não depende só do homossexual, como também das pessoas que o cercam. Lucas Stopassoli, de 19 anos, conta que tinha 10 anos quando tudo começou. “Eu não entendia muito bem, me sentia diferente, porque enquanto os meus colegas da escola estavam gostando de meninas, eu gostava de um menino da minha rua”.
A história com Luana Dourado, de 21 anos, não foi muito diferente. Ela percebeu que gostava de garotas, quando em seu primeiro relacionamento, com 14 anos, notou que mulheres chamavam sua atenção, tanto quanto a atenção do companheiro na época. “Eu estava com ele pela companhia, gostava de jogar bola, videogame com ele, mas quando ele olhava para outras mulheres, eu olhava também e me sentia atraída”.
Gays desde a infância convivem com a rejeição, por isso é tão difícil “sair do armário”. Por isso, antes de criticar alguém por não se assumir, é preciso entender que existe um motivo para que a pessoa esteja fazendo isso. “Se for para pedir para alguém mudar esta situação, que seja com compreensão e respeito”, afirma a psicóloga Bruna Leoneli.
Stopassoli conta que nunca teve medo de se assumir, que a única barreira era ele achar que às vezes poderia estar enganado e acabar mudando de opinião, mas conforme o tempo foi passando, resolveu arriscar. Diferente de Luana, que sempre procurou esconder da família suas preferências sexuais e até hoje seus pais não aceitam a situação.
É capaz que você conviva com pessoas que são gays, admire-as e não desconfie. Como atualmente várias novelas vem abordando situações desse tipo, Lucas também cita um episódio desse: “Eu trato todos com respeito, conquisto-as antes de elas saberem sobre minha sexualidade. Minha alegria contagia as pessoas e acaba que a minha escolha não altera nada”.
Por falar em novela, casais gays em novelas não são capazes de influenciar seus filhos a serem gays, afirma a psicóloga Bruna. “Precisamos aprender a consumir os programas e novelas com mais senso crítico. Se a novela mostra uma mãe que espanca o filho até que ele desmaie, ela não quer que você espanque seu filho até que isso aconteça, ela quer mostrar o quão terrível é a situação”.
Lucas finaliza dizendo: “Não teria escolha melhor, sou muito feliz assim. Não fui influenciado por ninguém, tudo começou quando eu era muito novo e, conforme os anos foram passando, só fui aprendendo a conviver melhor com tudo isso”. Luana acrescenta: “Depois que a gente se assume, fica muito mais fácil ser feliz com essa escolha. Afinal, aquilo sempre esteve dentro de nós implorando pra sair”.
Por Larissa Pedroso
Por Larissa Pedroso
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