Mas o nervosismo do jovem atleta não era só por isso. André estava prestes a disputar 750 metros de mar aberto, na segunda etapa do Circuito Netuno de Travessia, que lhe rendeu ouro na primeira prova.
Se estes fossem apenas os obstáculos, talvez o talento da natação de Itanhaém estivesse mais tranquilo. Mas André e a família sabem que para conseguir completar a prova, ele precisa vencer mais que isso. Seu verdadeiro maior desafio é superar os limites da própria saúde. “Fico muito emocionada, porque devido aos problemas que ele teve e ainda tem, toda vez que ele entra na água, só acalmo quando na chegada”, declarou a mãe do atleta, Ana Paula Prado.
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A preocupação da família e do próprio André não é à toa. Em 2016, ele foi diagnosticado com ceracotone, uma doença ocular que afeta o formato e a espessura da córnea. Hoje em dia, ele praticamente não enxerga nada com uma das vistas. E se já não bastasse isso, o atleta ainda sofre de convulsões. “Ele tinha apenas cinco anos quando teve a primeira convulsão. De lá pra cá, sofreu várias outras. Entre elas, uma dentro da água, enquanto disputava uma prova”, relembrou a mãe.
Os problemas com a saúde exigiram uma mudança na rotina de André. Ele precisou diminuir o ritmo de treinos e deixar as competições de lado temporariamente para dar início a um tratamento especial com a saúde.
O sentimento da família de angustia e preocupação dura apenas alguns minutos – no caso desta prova, 13m37s -, e logo é substituído pela sensação de alívio e orgulho. “Graças a Deus ele chegou bem e também trouxe um bom resultado. Ele sempre traz um pódio pra gente”, exaltou a mãe orgulhosa com a segunda colocação do filho.
Camilla Aloi
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