Ter o corpo suspenso no ar, experimentar a sensação de levitar, driblando a gravidade. Seria até uma poesia, não fosse os ganchos cravados na pele, que ferem e fazem sangrar. Mas calma, não é nenhuma técnica de tortura é apenas uma nova tendência, que tenta se equilibrar entre a arte e a afirmação de força e fé, trata-se da Suspensão Corporal.
Inicialmente
usado para testar a resistência da mente e do corpo, o ato de se suspender foi
utilizado por povos ancestrais como ritual de passagem, cura e penitência e até
como modo de adoração a divindades. Já nos tempos de hoje, é uma forma de expressão,
arte e entretenimento.
Há 10 anos,
a body piercer Samanta Gonçalves iniciava uma relação de amor à prática. “Meu
primeiro contato foi em 2008 em um Freak Show (show de horrores) em São Paulo e,
no meio da festa, estava rolando uma Suspensão Corporal. Me interessei, mas
achava que nunca iria ter coragem de fazer”, explica.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdAP0A9WJbfXksnbexgzVObMdrsP3iZR57RZtmWMwjT1ftE3H-vZ1kETHm67ywdPxyHcM8hChCN9vaK1W2Ga2GqgQCDw2o6F7gh99-mG4AaazA-0DOM65XloaPHPu3iCiC_iAmdmOuqMQ/s320/WhatsApp+Image+2018-04-12+at+20.10.20+%25281%2529.jpeg)
Os mais de 40 tipos
de Suspensão Corporal podem trazer malefícios à saúde. As possíveis
complicações podem envolver convulsões, tontura, hemorragia, perda de
consciência e até a morte. Por isso, a preparação até o dia da suspensão é
essencial para uma ótima cicatrização. “Antes de me suspender, fiquei 15 dias
sem beber, fumar e cuidando muito bem da alimentação para estar com o corpo
sadio no dia” e, Samanta, ainda completa “Logo após a retirada dos ganchos, é
feita uma massagem parar retirar o ar da região perfurada. Lavei bem com sabão
e coloquei um pequeno curativo.”
Mesmo sendo
uma prática que causa estranheza para a sociedade, a Suspensão Corporal traz
paz e confiança aos praticantes da arte, que garantem: é uma experiência de
completa rendição.
Marcel Caldeira
Marcel Caldeira
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