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Suspensão Corporal cresce no Brasil



Ter o corpo suspenso no ar, experimentar a sensação de levitar, driblando a gravidade. Seria até uma poesia, não fosse os ganchos cravados na pele, que ferem e fazem sangrar. Mas calma, não é nenhuma técnica de tortura é apenas uma nova tendência, que tenta se equilibrar entre a arte e a afirmação de força e fé, trata-se da Suspensão Corporal.
Inicialmente usado para testar a resistência da mente e do corpo, o ato de se suspender foi utilizado por povos ancestrais como ritual de passagem, cura e penitência e até como modo de adoração a divindades. Já nos tempos de hoje, é uma forma de expressão, arte e entretenimento.
Há 10 anos, a body piercer Samanta Gonçalves iniciava uma relação de amor à prática. “Meu primeiro contato foi em 2008 em um Freak Show (show de horrores) em São Paulo e, no meio da festa, estava rolando uma Suspensão Corporal. Me interessei, mas achava que nunca iria ter coragem de fazer”, explica.
Natural de Guaíba, Rio Grande do Sul, Samanta teve seu primeiro contato em um workshop sobre o tema. Ela se deslocou para outro estado para experimentar a sensação. “Me suspendi numa fazenda, em meio às árvores. Foi a experiência mais maravilhosa da minha vida”, relata Samanta, que ficou cerca de 20 minutos suspensa no ar.
Os mais de 40 tipos de Suspensão Corporal podem trazer malefícios à saúde. As possíveis complicações podem envolver convulsões, tontura, hemorragia, perda de consciência e até a morte. Por isso, a preparação até o dia da suspensão é essencial para uma ótima cicatrização. “Antes de me suspender, fiquei 15 dias sem beber, fumar e cuidando muito bem da alimentação para estar com o corpo sadio no dia” e, Samanta, ainda completa “Logo após a retirada dos ganchos, é feita uma massagem parar retirar o ar da região perfurada. Lavei bem com sabão e coloquei um pequeno curativo.”
Mesmo sendo uma prática que causa estranheza para a sociedade, a Suspensão Corporal traz paz e confiança aos praticantes da arte, que garantem: é uma experiência de completa rendição.

Marcel Caldeira

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