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Quando as relações familiares saem do controle

Tanto o excesso quanto a falta de limites favorecem o desequilíbrio e os problemas na criação de um criança. A psicóloga clínica Lilian Nascimento responde três perguntas sobre a superproteção parental. 

O que caracteriza a superproteção parental? 
A superproteção não tem, necessariamente, a ver com regras rígidas. Às vezes ela é, basicamente, não deixar o filho sofrer. Não permitir que ele passe por experiências naturais da vida. Muitos pais superprotetores também tentam evitar que os filhos realizem atividades sozinhos, o que cria seres humanos inseguros. A superproteção leva o ser humano a desacelerar o seu desempenho psicossocial.  

Como a superproteção afeta a formação de uma pessoa? 
O que eu observo na psicologia clínica é que é visível quando o paciente é superprotegido. Já na infância nós começamos a perceber problemas nas relações interpessoais. A criança começa a mandar nós amiguinhos, a fazer birra... Na adolescência os problemas se tornam maiores, porque o coletivo passa a fazer parte da formação da identidade do jovem. Enquanto cresce, uma pessoa superprotegida passa a apresentar incapacidade em se relacionar porque não tolera frustrações e tem dificuldades de adaptação. O superprotegido é imaturo emocionalmente, por isso sofre demais, às vezes se tornando obsessivo a respeito dos problemas, não conseguindo desviar o pensamento das situações adversas. 

Quais são as consequências de uma criação superprotetora na vida de um adulto? 
A superproteção forma adultos mega autoritários, que não suportam ser contrariados. Muitas vezes eles acabam virando pessoas rígidas, inflexíveis e inseguras. Em geral, o adulto que foi superprotegido não experimentou frustrações e sente dificuldades de sair de situações de crise. Eles são inseguros porque durante a vida não foram preparados para sofrer. Falta, principalmente, desenvolvimento emocional no superprotegido.  

Paola Bossan


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