Por Beatriz Martins
Quando nasceu, Leonardo Vieira Moraes e sua família não imaginavam o quanto o destino se encarregaria de tentar colocar limites ao seu projeto de vida. Hoje com 23 anos e atleta da Seleção Brasileira Universitária e titular da Seleção Brasileira de
Taekwondo, Leonardo sabe que é um vencedor. A primeira vitória veio logo aos 2 anos de idade, quando ele venceu um câncer que
atingiu um de seus rins. Depois da cirurgia e do longo tratamento, Moraes recomeçou a vida dois
anos depois.
Aos 8 anos,
apaixonou-se pelo taekwondo, esporte que requer concentração e alto rendimento. Disposto a ser o melhor no tatame, ele superou um outro limite, aprendendo a conviver com a disciplina rígida e quase o fim de sua vida social. "‘Rolês", festas e
casamentos, nós, atletas, acabamos perdendo por conta de treinos e viagens",
conta Moraes, ressaltando que, desde o princípio, foi sua opção abrir mão de
alguns momentos em busca dos resultados e objetivos.
A escolha rendeu
frutos. Já aos 12 anos, Moraes conquistou a faixa preta. Até os 17 não havia perdido uma luta e nenhum
campeonato. Entrou para a Seleção Brasileira Juvenil de Taekwondo um ano
depois, mas descobriu em um exame de rotina que estava com um nódulo no pulmão
esquerdo.
"O câncer
me limitou quando tive de interromper meus treinamentos e minha vida
profissional. Acabei ficando muito tempo afastado do esporte por causa do
tratamento, da cirurgia e dos repousos", lembra. Sua recuperação durou
dois meses.
"Retirar
parte do pulmão não me fez incapaz ou nem me fez pensar ‘vou parar porque não
consigo’". Com apenas um rim, metade de um pulmão e algumas costelas a
menos, Moraes continua dando tudo pelo esporte. "Eu sempre tento pensar
que vou ter outra chance todo dia que eu acordar. Chance de treinar, me dedicar
mais do que ontem e ser uma pessoa melhor".
Na teoria,
isso é bonito e fácil. Mas e na prática? Para Moraes, também é. Ele explica a
peça-chave para superar seus limites e metas: estratégia. "Se, por
exemplo, é preciso melhorar a capacidade física, o atleta tem de ser um
estrategista e enxergar as ferramentas e o que deve ser feito. Alimentação,
descanso, acompanhamento médico, entre outros". E não pense que a
estratégia se restringe à vida profissional. Moraes também aprendeu a usar a
técnica na vida pessoal e garante que melhorou a rotina, a vida social e
convivência.
"Às
vezes, não sai tudo como a gente quer, mas tem uma frase que eu sempre levo e
tornou-se meu lema: 'nunca se perde, mas sempre se aprende'", finaliza.
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