Pages

Ódio sem limites

Por Thayná Soares 

Uma carta foi entregue anonimamente para várias mesquitas em Londres, declarando o dia 3 de abril como o "Dia de punir um muçulmano". Com a data "agendada", os muçulmanos em Vermont temem que possam ser vítimas deste ódio. Na manhã de segunda-feira, estudantes muçulmanos disseram a Sean McMannon, superintendente do Distrito Escolar de Winooski,  sobre a ameaça internacional. Winooski é o distrito escolar mais diversificado de Vermont. McMannon diz que é decepcionante ver que seus alunos ainda sofrem com discursos de ódio direcionados à sua religião. "Eles estavam muito chateados com isso e estavam muito preocupados. Muitos deles já passaram por isso antes", disse McMannon. - Notícia extraída do website americano wcax.com

Milhares de muçulmanos vem sofrendo não só com a crescente guerra em seus países, mas com o preconceito desferido pelo resto do mundo. Qual seria a origem deste ódio?

Ao realizar uma busca no site de pesquisa Google pelo significado da palavra ódio, aparece uma resposta cotidiana: aversão intensa motivada por medo, raiva ou injúria sofrida.

No caso dos muçulmanos, não é só pela fé — diferenças culturais parecem incomodar alguns por desviar daquilo que os ocidentais veem como "comum". O diferente, para aqueles que não se dão o trabalho de conhecer, vira uma ameaça.

O terrorismo islâmico, que representa uma parcela pequena dos mulçumanos, desperta medo no resto da população. São radicais que possuem discurso e ações de ódio. Deste movimento nasce, então, uma resposta tão violenta quanto o radicalismo disseminado por grupos como Al Qaeda.

Assim, muitos inocentes se ferem na troca de tiros motivada por uma raiva cega. Todos não podem ser culpados pelo erro de poucos. Em entrevista para o site Britânico Independent, o analista de pesquisa do Runnymede Trust (instituto de pesquisa sobre igualdade racial), Farah Elahi disse: “Saudamos o debate sobre as barreiras da participação na vida pública das comunidades muçulmanas. Concordamos com o relatório sobre as barreiras estruturais e as atitudes anti-muçulmanas negarem a muitos cidadãos muçulmanos oportunidades oferecidas a outros”.


A jovem Maudi, 21, que mora na Indonésia e trabalha como vendedora de tecidos ressalta que, há alguns meses, movimentos anti-muçulmanos ocasionaram tumultos em sua cidade natal, disseminando medo. "Tinham caras com bastões apontados na nossa direção, nos obrigando a tirar nossas burcas", relembra Maudi. "Eles diziam: tire ou morra, então nós tiramos, você sabe, como a maioria dos humanos, nós queremos viver".

Já sobre o tão temido dia 3, alguns distritos vêm tomando iniciativas para evitar quaisquer ataques que venham a acontecer na próxima semana. Safaa Zarzaur, superintendente da Universal School em Bridgeview, Chicago, disse em entrevista para o site FOX 32 que a administração da Fundação Mesquita em Bridgeview tem falado sobre um possível aumento da segurança nas últimas semanas, na mesma época em que esse panfleto racista começou a se espalhar nas mídias sociais. A mensagem teve origem em Londres e lista várias maneiras violentas de como celebrar o "Dia de punir um muçulmano".



0 comentários: