Quem nunca ouviu ou até mesmo reproduziu frases
como: “Essa criança precisa apanhar”, “meus pais sempre me bateram e eu
continuo vivo”, “apanhei e sou um homem de bem”, entre diversas outras que já
se estabeleceram quando o assunto é a criação dos filhos.
Segundo a neuropsicóloga especializada em crianças Fernanda Amorim,
reproduzimos o exemplo que nossos pais dão. Ao usar violência física ou até
mesmo psicológica, ensinamos a nossos filhos que a humilhação e a violência são
meios de chegar onde se quer.
Em pesquisa realizada em 2017 pela Unicef, sete a cada dez crianças são
vítimas de violência em suas próprias casas. “Quando os pais batem em seus
filhos, normalmente buscam controlar alguma situação, mas os adultos nessa
mesma posição encontram-se completamente descontrolados” relata a profissional,
que também adverte: “Bater em seu filho, além de ajudar na perpetuação da
cultura da violência, também prejudica seu desenvolvimento cognitivo, sua
autoestima e dificulta a relação interpessoal”.
A cada hora, cinco casos de violência contra crianças são registrados no
País, e após a tragédia envolvendo Bernardo, de apenas 11 anos, morto pelo pai
e a madrasta em abril de 2014, foi constituída em sua homenagem a polêmica Lei
da Palmada, também muito conhecida como Lei Menino Bernardo, que proíbe
qualquer tipo de castigo físico e agressão na educação dos filhos. De acordo
com a lei, os considerados agressores começam a ser passíveis de medidas como advertência,
encaminhamento a um programa oficial ou comunitário de proteção à familia,
tratamento psicológico ou psiquiátrico, cursos ou programas de orientação e,
além disso, garantir o tratamento especializado à criança.
Por Juliana Villela

0 comentários: